Conquista inédita dom bom bahiano 1º de Tony Kanaan em Indinápolis |
Largando em 12º em sua 12ª prova em Indianápolis, Kanaan não perdeu tempo nas primeiras voltas. Ganhou quatro posições na largada e, após a primeira relargada, precisou de apenas duas passagens para subir de sétimo para a liderança. Desde aquele momento, o #11 nunca deixou o pelotão da frente, sempre se alternando na ponta com Ryan Hunter-Reay, Carlos Muñoz, Marco Andretti, AJ Allmendinger, Helio Castroneves, Ed Carpenter, enfim, uma penca de adversários. No fim, estava no lugar certo na hora certa: em primeiro no momento em que Dario Franchitti bateu e encerrou a disputa.
A postura de Kanaan durante todas as 200 voltas mostrou o quão decidido a lutar por essa vitória ele estava. Ele talvez não admitisse, mas não queria encerrar a carreira olhando para trás e se lembrando de todos os problemas que teve, como em 2006, quando liderou a prova até a sete voltas do fim: era preciso um splash-and-go para chegar ao final. Ou mesmo no ano passado, quando estava brigando com Franchitti, Scott Dixon e Takuma Sato, mas terminou em terceiro depois que o japonês bateu na Curva 1 na última volta e a prova acabou. Em 2008, Tony abandonou após um forte acidente no 98º giro – deixou a corrida na liderança.
Ao longo da carreira, com seu carisma e sua
pilotagem, o brasileiro caiu nas graças também do público norte-americano. O
título de 2004 veio com uma consistência impressionante e o consolidou como um
dos principais nomes da categoria. Naquele ano, ele completou todas as voltas
disputadas, sem levar volta dos líderes mesmo em ovais; terminou as 16 etapas
no top-10, sendo 15 no top-5, e ganhou três corridas. Foi absoluto.
Kanaan continuou na equipe Andretti por mais seis temporadas, até 2010, e só passou em branco em 2009. Mas, como sempre, a consistência foi chave: ele chegou ao final de todos os oito campeonatos que disputou com o time de Michael Andretti entre os seis melhores, incluindo um vice, em 2005, para Dan Wheldon.
No fim de 2010, Kanaan e Michael romperam. O caminho seria uma equipe brasileira, a de Gil de Ferran. Juntos, os dois campeões procuraram por patrocinadores, sem sucesso. Pouco antes da temporada começar, ainda deu tempo de assinar com a KV. Tendo o apoio da Lotus, o ano de 2011 foi promissor e o brasileiro andou bem, especialmente nos ovais. Faltou vencer, mas ele foi o quinto colocado na tabela de pontuação.
2012 é que foi um ano mais complicado, o pior de Kanaan na Indy. Contando com três pilotos (Tony, Rubens Barrichello e Ernesto Viso), a KV demorou a se adaptar ao novo carro da categoria, o DW12, e grandes resultados não foram conquistados. Com exceção dos ovais, o time fez um ano ruim. O brasileiro fechou a temporada em nono.
Esse cenário mudou
bastante para 2013. Assim que a temporada passada acabou, Jimmy Vasser e Kevin
Kalkhoven assinaram com a suíça Simona de Silvestro e definiram que teriam
apenas dois carros neste ano. Tendo o pacote todo fechado durante todo o
inverno norte-americano, o início deste campeonato, em São Petersburgo, foi um
prenúncio de que a maré de azar passaria. No Brasil, o desempenho também foi
bom e, correndo em casa, Tony liderava a prova apesar de muitas dores na mão,
luxada, até um erro primário no cálculo de combustível estragar a corrida. Em
Indianápolis, a volta por cima foi dada. E não podia ser em melhor estilo.
Kanaan se tornou o quarto brasileiro a vencer no “maior espetáculo do automobilismo”, entrando para o grupo formado por Emerson Fittipaldi (1989 e 1993), Helio Castroneves (2001, 2002 e 2009) e Gil de Ferran (2003). Ainda sobre a consistência, o piloto caminha para se tornar o recordista de largadas consecutivas na Indy. A de hoje foi a 201ª; faltam dez para igualar o chefe Vasser, que estabeleceu a marca de 211.
Kanaan se tornou o quarto brasileiro a vencer no “maior espetáculo do automobilismo”, entrando para o grupo formado por Emerson Fittipaldi (1989 e 1993), Helio Castroneves (2001, 2002 e 2009) e Gil de Ferran (2003). Ainda sobre a consistência, o piloto caminha para se tornar o recordista de largadas consecutivas na Indy. A de hoje foi a 201ª; faltam dez para igualar o chefe Vasser, que estabeleceu a marca de 211.
Resultado final – 500 Milhas de Indianápolis:
1º. Tony Kanaan (BRA/KV-Chevrolet) 200 voltas
2º. Carlos Muñoz (COL/Andretti-Chevrolet) a 0s1159
3º. Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti-Chevrolet) a 0s2480
4º. Marco Andretti (EUA/Andretti-Chevrolet) a 0s3634
5º. Justin Wilson (ING/Dale Coyne-Honda) a 0s8138
6º. Hélio Castroneves (BRA/Penske-Chevrolet) a 3s0086
7º. A. J. Allmendinger (EUA/Penske-Chevrolet) a 4s0107
8º. Simon Pagenaud (FRA/Schmidt Hamilton-Honda) a 4s2609
9º. Charlie Kimball (EUA/Chip Ganassi-Honda) a 5s6864
10º. Ed Carpenter (EUA/Carpenter-Chevrolet) a 6s8425
11º. Oriol Servià (ESP/Panther DRR-Chevrolet) a 7s8633
12º. Ryan Briscoe (AUS/Chip Ganassi-Honda) a 8s9216
13º. Takuma Sato (JAP/A. J. Foyt-Honda) a 10s2602
14º. Scott Dixon (NZL/Chip Ganassi-Honda) a 11s3858
15º. Bia Figueiredo (BRA/Dale Coyne-Honda) a 12s2657
16º. Tristan Vautier (FRA/Schmidt Peterson-Honda) a 15s3045
17º. Simona de Silvestro (SUI/KV-Chevrolet) a 15s7201
18º. Ernesto Viso (VEN/Andretti-Chevrolet) a 17s8056
19º. Will Power (AUS/Penske-Chevrolet) a 22s5403
20º. James Jakes (ING/RLL-Honda) a 1 volta
21º. James Hinchcliffe (CAN/Andretti-Chevrolet) a 1 volta
22º. Conor Daly (EUA/A. J. Foyt-Honda) a 2 voltas
23º. Dario Franchitti (ESC/Chip Ganassi-Honda) a 3 voltas
24º. Alex Tagliani (CAN/BHA-Honda) a 4 voltas
25º. Graham Rahal (EUA/RLL-Honda) abandonou
26º. Katherine Legge (ING/Schmidt Peterson-Honda) abandonou
27º. Townsend Bell (EUA/Panther-Chevrolet) abandonou
28º. Josef Newgarden (EUA/Fisher Hartman-Honda) abandonou
29º. Sébastien Bourdais (FRA/Dragon-Chevrolet) abandonou
30º. Pippa Mann (ING/Dale Coyne-Honda) abandonou
31º. Buddy Lazier (EUA/Lazier Partners-Chevrolet) abandonou
32º. Sebastián Saavedra (COL/Dragon-Chevrolet) abandonou
33º. J. R. Hildebrand (EUA/Panther-Chevrolet) abandonou
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